O QUE PODE A ARTE? ∙ 50 ANOS DO MAIO DE 68 ∙ HUGO DINIS (COORD.)
O QUE PODE A ARTE? • 50 ANOS DO MAIO DE 68 • Coordenação de Hugo Dinis • 2018 Sistema Solar 204 pgs • Design Paula Prates • Catálogo da exposição comemorativa dos 50 ANOS DO MAIO DE 68 com curadoria de Nuno Crespo e Hugo Dinis • Textos de Sara Antónia Matos, Daniel Ribas, Mariana Pinto dos Santos, Nuno Crespo & Hugo Dinis • Obras de Júlio Pomar & Etc.• PVP 20€ • Linha de Sombra • www.linhadesombra.com • Cinemateca◼︎
“Quando Godard filma WEEKEND (1967), o realizador já está na posse de toda a mestria conseguida pela rodagem sucessiva de 14 longas-metragens, quer do ponto de vista técnico, quer do discurso, que se centra na crítica a uma sociedade francesa aburguesada e intelectualizada. Os acontecimentos de maio de 68 serão, por isso, como que prenunciados por Godard, que já tinha iniciado o seu próprio processo de radicalização. No entanto, esse processo radica menos no discurso do que num novo modo de produção, exterior à lógica da filmagem com uma equipa tradicional. A sequência da densificação política de Godard dá-se com a sua ligação a Anne Wiazemsky e à contaminação do movimento estudantil de Nanterre, sobretudo através de um grupo de estudantes simplesmente intitulado “Anarquistas”. Esse grupo contava, entre os seus membros, com um tal Daniel Cohn-Bendit, que conhecia bem Wiazemsky. Num momento politicamente muito activo (...), esta politização recebe também os ecos de uma nova revolução cultural a acontecer na China, introduzindo, na Europa, uma variação ao marxismo-leninismo: o maoísmo. Será, para Godard, uma influência relevante, como se vê por LA CHINOISE (1967), mas também pela ligação ao filósofo Louis Althusser, então um entusiasta do movimento.”
UM CINEASTA À PARTE – GODARD E O MAIO DE 68, Daniel Ribas