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  • PEDRO COSTA ∙ OS QUARTOS DO CINEASTA ∙ Jacques Rancière com participação de Cyril Neyrat
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PEDRO COSTA ∙ OS QUARTOS DO CINEASTA ∙ Jacques Rancière com participação de Cyril Neyrat

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PEDRO COSTA • OS QUARTOS DO CINEASTA • Jacques Rancière com participação de Cyril Neyrat • 2023 Relógio D’Agua Editores 224 pgs • Este livro reúne os cinco artigos que Jacques Rancière dedicou ao cinema de Pedro Costa; as suas conversas com Cyril Neyrat à volta de momentos escolhidos dos filmes do cineasta; os debates públicos entre Jacques Rancière e Pedro Costa no Museu Reina Sofía de Madrid, no Instituto Francês de Barcelona e em Lille (ciclo de conferências CitéPhilo). Jacques Rancière é professor honorário na Université de Paris VIII, onde leccionou de 1968 a 2000 no departamento de Filosofia. Ensinou também na European Graduate School e em diversas universidades americanas • Cyril Neyrat vive nas montanhas das Cevenas, em França, onde se dedica ao acolhimento de jovens adultos autistas e à escrita. É também membro da comissão de selecção do FIDMarseille.

“Há coisas que não se podem dizer. Porque são íntimas ou não se sabem dizer. As pessoas não falam sobre isso e ainda bem que é assim. É trabalho. Nosso trabalho é continuar. Cada filme transporta a sua própria morte. Um filme é sempre uma maneira de dizer adeus. Um plano é um adeus, todos eles sabiam, o Chaplin sabia."

Pedro Costa

“O cinema não pode ser o equivalente da carta de amor ou da música dos pobres. Já não pode ser a arte que simplesmente restitui aos humildes a riqueza sensível do seu mundo. É preciso que consinta ser apenas a superfície sobre a qual se traduza, por meio de figuras novas, a experiência daqueles que foram relegados para a margem das circulações económicas e das trajectórias sociais. É preciso que esta superfície acolha a cisão que separa o retrato do quadro, a crónica da tragédia, a reciprocidade da fractura. Uma arte tem de se substituir pela outra. A grandeza de Pedro Costa está em aceitar e recusar esta alteração em simultâneo, em fazer num só e mesmo movimento o cinema do possível e o do impossível.”

Jacques Rancière

Nós começámos um passeio ao museu da mesma maneira que podíamos dar um passeio na floresta, de noite... Percorremos o museu muito lentamente. O absoluto contrário da corrida de BANDE À PART [Jean-Luc Godard, 1964]... Aquilo levava o seu tempo, o Ventura recordava-se ou distraía-se... Percorria tudo da antiguidade egípcia a Rubens. Para concentrar essa longa viagem decidi filmar um quadro «narrativo» clássico, e sobrepor o eco das suas sandálias no soalho das salas. Foi ele quem escolheu o quadro de Rubens, uma «Fuga para o Egipto»… Era quanto bastava, não queria pedir-lhe propriamente as suas impressões... Como acontece muitas vezes, quando trabalhamos, prefiro ficar em silêncio e esperar. Os três ou quatro breve comentários dele foram muito surpreendentes porque nos dizia que os donos do museu não tinha sabido conservar o edifício... Também se media com os grandes senhores pintados por Van Dyck. Era um grande senhor que passava e, ao mesmo tempo, só olhava para as pequenas rachas das paredes, o mármore do chão que tinha fissuras, as manchas, tudo o que fizera e que estava mal conservado. O que ele tinha verdadeiramente vontade de ver eram as suas paredes, não os Van Dyck ou os Rubens.”

PORTAS ABERTAS, PORTAS FECHADAS, Pedro Costa