PORTES GRATUITOS EM CORREIO REGISTADO PARA PORTUGAL & ILHAS COM ENCOMENDAS SUPERIORES A 50€
  • RELANCE DA ALMA JAPONESA • WENCESLAU DE MORAES

RELANCE DA ALMA JAPONESA • WENCESLAU DE MORAES

14,00 €  
IVA incluído

RELANCE DA ALMA JAPONESA • Wenceslau de Moraes • 2021 Livros de Bordo 257 pgs • Imagem de Capa de Kawase Hasui • PVP 14€ • Linha de Sombra • Cinemateca ■

“A bem conhecida história dos quarenta e sete rônin, é interessante para aqui. Rônin, diga-se de passagem, é o samurai sem senhor, havendo sido expulso do feudo por falta que cometeu, ou sendo extinto o feudo, como é o caso neste lugar. O daimyô de Akô, Asano Nagaroni, achava-se em Yedo, a capital do shôgun no começo do século XVIII. Sendo ofendido por um nobre da corte, Kira Yoshinaga, Asano cometeu a imprudência de desembainhar o seu sabre contra ele, isto no palácio shônugal, o que era tido como um grande crime contra o próprio shôgun; Assano foi condenado a dar-se à morte, sendo os seus domínios confiscados. Oishi Yoshio, samurai de Assano, mas agora rônin, soube do caso em Akô; retirou-se então para Quioto, onde começou a levar vida de vagabundo e debochado, não movido por instintos dissolutos, mas para melhor disfarçar um plano que formara. Em Quioto, pôde manter secretas relações com alguns dos seus companheiros de Akô, tornados rônin também, espalhados por todo o Japão, espreitando, espionando, unidos para um fim comum. Perto de dois anos se passaram; até que certa noite, quando Yoshinaga dava uma festa, a sua residência foi de repente cercada, e invadida por quarenta e sete rônin, com Yoshio à frente, que cortou a cabeça ao dono da casa por este se recusar a cometer o suicídio, levando-a para junto do túmulo de Assano; entregando-se todos em seguida à justiça da cidade. Foram todos condenados a dar-se a morte pelo processo do haraquiri, pelo qual o criminoso rasga o próprio ventre com um sabre. Curioso exemplo este, de culto de lealdade ao chefe, aqui ao espírito do chefe, e de obediência ao preceito japonês, vindo já de Confúcio, que manda assim: “Tu não deves viver debaixo do mesmo céu, nem pisar a mesma terra, com o inimigo de teu pai ou do teu senhor.”

A MORTE, Wenceslau de Moraes